Voce sabe o motivo? eu não sei dizer....veja a opinião da Luciane
Pires:
Eis uma questão que não vai salvar o
mundo, não irá alimentar as criancinhas da África, não evitará a terceira
Guerra Mundial, nem mesmo diminuirá o superaquecimento global; mas é uma
pergunta comum em toda foto em que há uma ‘mulher + um biquinho’.
Mulheres fazem biquinhos nas fotos para
sentirem-se mais sexys, poderosas e bonitas. Certo? Dentro de todos esses
conceitos, entram outros tantos: sensualizar, esticar o rosto, definir a
maçã da face, marcar a mandíbula, aumentar os lábios, para que os outros a
vejam numa pose que nunca viram antes, para ficar com ‘cara de safadinha” (juro
que li isso), etc. [O 'Yahoo Responde' é mesmo surpreendente].
Por trás de toda expressão há uma
mensagem, mas qual será aquela que define o biquinho?
Sei que não parece muito elegante falar
nisso, mas, segundo os especialistas em animais (e nós, humanos, também somos
animais), o biquinho é um ritual para o ‘chamamento’ - toda fêmea faz
uma sinalização sexual para demostrar que está em fase fértil: a chimpanzé, por
exemplo, dilata a vagina. Segundo os pesquisadores, a boca é a
representatividade do órgão feminino, de modo que a dilatação da mesma (para
estes pesquisadores) é demonstrar que estamos prontas para o acasalamento. Adoraria
fazer um mapeando de todas as vezes que fiz biquinho e de todas as fotos da
rede social para ver se os “malabarismos labiais” conferem com o período
fértil.
Mas a verdade é que tentativas de rotular
o tal biquinho são pífias, não há um conceito contextualizado sobre o ‘por que
as mulheres [e homens] fazem biquinho’ – fazem porque fazem, porque se sentem
bem. O biquinho está acima disso tudo, o biquinho é freudiano. Acredito
que num mundo sem homens para procriar, as mulheres ainda fariam biquinhos umas
para as outras. E num mundo sem “outras”, posso apostar que ainda assim haveria
biquinhos.
Os biquinhos já foram, outrora, muito
comuns. Nos anos 40 e 50, quando escancarar um sorriso poderia ser um convite
“descarado” de uma alegria não permitida às "moças serias",
apareceram elas, as famosas e doces ‘pin ups’, que faziam biquinhos como
demonstração de sexualidade – sim! – mas também para protestar, mostrar
rebeldia, feminismo, ousadia, e por que não, romantismo também!
Numa rápida pesquisa de opinião na rede
social para saber a ‘deliciosa’ [só que não!] opinião das pessoas, descobri que
muitos homens dizem odiar o tal biquinho. Os comentários vão desde “que é
brega”, “que é coisa de quem não sabe se portar”, que “queima o filme”,
“que modelos de verdade sabem ser sexys sem fazer biquinho” e outras [tolices!]
opiniões. Você realmente se preocupa com opinião de ‘Vox Populi’?
De toda forma, é engraçado saber que, se
essa hipótese da ciência de observação aos animais estiver certa, ainda hoje,
nós, mulheres, nos comportamos como chimpanzés na hora da conquista. E os
homens como gorilas: a vasta maioria continua olhando ‘apenas’ para os rituais
corporais das fêmeas e conferindo o veredicto de qual será a vencedora e qual
morrerá sem perpetuar sua espécie pelo meio do caminho.
A verdade é que o famoso “biquinho” dos
selfies e não-selfies pode ser muito mais do que um mero instrumento de
acasalamento - esticar a pele, definir a mandíbula, ser safadinha, ficar
sexy, o chamamento da fêmea para o macho e todas essas pressuposições e rótulos
-, o biquinho pode ser um mecanismo libertador da robustez da alma, da
rigidez cadavérica que envenena e envelhece, da embalagem que grita todos os
dias que isso ou aquilo não é certo, não é aceito, é ridículo. Pode valer por
10 anos de terapia.
O biquinho pode ser um ritual de
libertação numa gloriosa comemoração ao lado mais doce de cada mulher, seja ela
em que idade estiver: é como sair do gesso que paralisa, que ‘nada permite’ por
não ser proporcional, aceito, trivial; pairando como uma deliciosa e simples
maneira de brincar e dizer “Estou livre e acima disso tudo!”.
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